sexta-feira, 18 de maio de 2012

Mudam os tempos, mudam os costumes... (Continuação)

Os jovens passaram a pensar em carreira, trabalho, se firmarem profissionalmente, antes de decidirem se casar. Muitos decidiram morar juntos e, depois, mais tarde, quem sabe, formalizar a união. Assim, com a possibilidade de arcarem eles próprios com as despesas do casamento, se não completa pelo menos parte dela, começaram também a mudar o conceito da festa.


É bom lembrar que quando ocorre a mudança do poder em relação a quem paga a festa, começa também a aumentar a lista de convidados, uma vez que continuam todos os convidados dos pais e, agora, entram não somente os amigos da escola e da faculdade dos noivos, mas também seus colegas de trabalho, seus amigos da Pós e do MBA, seus chefes, o pessoal da academia, do futebol da praia...

Mais velhos, sabendo melhor o que querem para este momento, e, buscando também modernizar o “ambiente”, começam a surgir com mais força o serviço a americana – em buffet – e a possibilidade de uma decoração mais descontraída, menos rígida. Desta forma cai um pouco o custo do buffet e, com os lounges, aumenta a capacidade de público para o local.

Mais gente, mais jovens, serviço e ambiente mais descontraídos. A música mecânica sobe no gosto e aparecem os DJs. Ao mesmo tempo abre-se a economia e começa a importação de espumantes. Não tão caros quanto os champagnes, mas trazendo um frescor e um requinte necessário a este momento. E o bar, antes tímido, montado com mesas e toalhas em um canto, como apoio, passa ter status e a acolher os mais diversos drinques, até a caipirinha... melhor, a caipivodka!

Surgem, então, principalmente em São Paulo e em Belo Horizonte, empresas especializadas em aluguel de mobiliário. Inicialmente tímidas, oferecendo cadeiras brancas, bares, alguns puffes. Também aparecem empresas que forneciam toalhas – coloridas , cobre-manchas estampados, listados, rendados... E a iluminação passa a ser um item que fazia o diferencial das festas mais modernas, principalmente quando havia a utilização de plantas. E surgem os telões onde se projetavam os vídeos feitos a partir de fotos ou filmes.

As mesas de doces, bem casados, brigadeiros se transformam em verdadeiros monumentos.

E, de repente, mesas de vidro, de laca, de espelho; sofás, velas, plasmas, leds, luz de pista, forração com carpetes, pistas de dança com recursos inimagináveis, fechamentos que alteram a arquitetura dos espaços, toldos para montagem de espaços que são verdadeiros palácios de cristal.

Para acompanhar toda esta mudança surge a “degustação” ou “mini-porções”, as estações de risotto, desaparece o licor e entra a comidinha da madrugada.

Consagra-se a arquitetura efêmera, a profissão de decorador de eventos, o flower desing, os shows de escolas de samba, do Cordão do Bola Preta, dos MCs, os serviços de vallet se tornam imprescindíveis assim como as havaianas, e o fotógrafo não gosta mais de foto posada, não usa mais filme, é só digital. O vídeo, agora, tem linguagem de cinema - é em full HD entregue em blu-ray .

Os noivos são os últimos a sair junto com seus amigos mais íntimos. Aproveitar a festa, toda, até o fim. Curtir cada momento, dançar, festejar.

Resumindo, a maior mudança de todas: o conceito. A comemoração do casamento deixou de ser uma recepção e se transformou numa verdadeira festa, com a cara dos noivos. Um dia para não ser mais esquecido, uma noite para ficar na história não somente do casal, mas de todos que tiveram a honra e o prazer de dividir estes momentos.



Este Texto (Parte 1 e 2) foi desenvolvido pela Cerimonialista Beth Kos. Conheça mais sobre ela no site http://www.bethkos.com.br/

não leu a primeira parte da matéria?
leia aqui!
http://www.beth-kos.blogspot.com.br/2012/05/mudam-os-tempos-mudam-os-costumes.html





quinta-feira, 17 de maio de 2012

Mudam os tempos, mudam os costumes...





Na verdade, muda muito mais do que isso.


O casamento, com tudo que vem junto (cerimônia, recepção, roupas, bolo, convite....) é bem uma amostra de como toda a nossa vida mudou.

Vejamos: há 25, 30 anos atrás, o casamento era, sem sombra de dúvida, um momento dos pais, da família. Era a oportunidade dos pais mostrarem à sociedade que seus filhos, bons meninos, bem sucedidos, respeitosos, estavam se casando. A lista de convidados era, em grande parte dos pais, considerando as famílias e seus amigos, sobrando para os noivos somente os amigos íntimos. Os padrinhos eram geralmente tios ou amigos dos pais que ou foram importantes para a criação dos filhos ou serão importantes no mundo adulto de trabalho e profissão. A cerimônia era sempre seguida de cumprimentos na Igreja porque a maioria dos convidados não fazia parte daqueles poucos que iriam em seguida para o jantar. A festa, ou melhor, a recepção, sempre formal, mesas e cadeiras para todos, jantar à francesa, música ao vivo.

Os noivos tinham a obrigação de cumprimentar um por um dos convidados, percorrendo todas as mesas.

O bolo, que não tinha obrigação de ser gostoso, normalmente remetia ao bolo dos pais ou avós. E, ponto alto, a mesa do bolo: ou com toalha brocada, de renda da Madeira (será que alguém ainda sabe o que é isso?) ou, mais moderno, uma super toalha de tule com luz fria embaixo! Ficava azulado... Bar, lounge, buffet? Nem pensar! As bebidas servidas eram whisky (entre os mais ricos) e vinho: branco no coquetel e tinto no jantar. Capirinha? Vodka? Espumante? Ah, sim, tinha o champagne do brinde, para o corte do bolo, que era feito ao final da festa, quase um aviso que estava na hora de acabar. Neste momento os noivos iam embora da festa, deixando aos pais a tarefa de se despedir e terminar a festa. Quanto maior o poder, maior a quantidade de licores na mesa de café. Doces lindos, bem fondados ou caramelados, cheios de florzinhas – servidos pelos garçons em lindas bandejas de prata... E as lembrancinhas, item indispensável.

A decoração variava apenas nas flores escolhidas para os arranjos das mesas, uma vez que todos os locais ofereciam mesas, cadeiras, toalhas de renda e forro, que podia ser branco, beje e, ousadia maior: coloridos! A iluminação dos espaços era somente aquilo que hoje chamamos de “luz de serviço”, as lâmpadas existentes no teto do próprio local. E, extremo requinte, os “fantasminhas”, para quem não conheceu, capas brancas para as cadeiras existentes nos espaços.

Vou procurar fotos, porque vale à pena...

Aí as coisas foram mudando....


para ler a continuação do texto escrito pela Cerimonialista Beth Kos, clique aqui!
http://beth-kos.blogspot.com.br/2012/05/mudam-os-tempos-mudam-os-costumes_18.html